quarta-feira, 16 de junho de 2010

Decisões

Ai que me sinto perdido novamente. Tomei uma decisão. Decidi não ser tão inflexível e mudar uma obstinação. Mudei . É algo de lana caprina, dali nada mal advém, mas de bom nada dali também. Completamente anódino, mas mesmo assim, não parece que me sinta confortável com isso. Sinto que estou a lutar contra mim nesta concessão.

É uma viagem noctura sem faróis.Vou vogando no Styx. Sinto-me como o Buck Rogers.


What am I, Who am I, What will I be?
Where am I going and What will I see?

"Buck Rogers in the 25th century"

terça-feira, 15 de junho de 2010

Interruptores.Cima e baixo.

No meio do meu desajuste. Da solidão, acompanhada ou não, que sinto; Há dias em que me sinto bem por ser quem sou, como sou, pelos padrões que tenho e ambições emocionais. Há dias em que me sinto único, pela pessoa que sou, pelos meus contornos de personalidade e me sinto feliz com essa singularidade e não triste ao invés.

Hoje foi um desses dias. Senti-me bem. Brilhei com o Sol. Sorri. Vivi este dia leve.

domingo, 13 de junho de 2010

As pessoas e elas próprias

"Todo aquele que se esquece
Do quanto bem se lhe fez
Só desse bem se recorda
Quando dele precisar outra vez!"


As pessoas são tão egoístas. Elas e elas primeiro. A vontade delas e o bem estar delas sobranceiro.
Se estão mal, rodeiam e sobrevoam. Se estão bem, nem vê-las.

Tenho de aprender a dizer Não! Tenho de aprender a não estar disponível. Tenho de aprender a arrumar o psicólogo de serviço. Tenho de embrutecer o meu coração.

Maldito "dharma" o meu!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pensamento tridimensional

Há algo que não entendo, viva quantos anos viver!

Se toda a gente quer uma relação estável e é isso que anunciam ao vento, e é isso que toda a gente sabe de toda a gente, então porque é que andam a saltar de cama em cama?

Porque é que não se juntam em relações estáveis? Então é porque não as querem, certo?

Escapa-me algo ou tou a ser estupidamente ingénuo?

Eu não estou a dizer que sou melhor ou pior que as outras pessoas. Só digo que também tenho direito a pensar da minha maneira e a querer outro rumo para mim.

Isto de ser uma bola no meio de quadrados, nunca vai correr bem para mim!

Reflexões



A direcção do percurso é a mesma. Ou vou pela esquerda e ainda que irregular o caminho é mais direito. Ou vou pela direita e chego ao destino mais tardiamente porque a via é tão acidentada que leva tempo a transpor.

Não há opção suave. Há apenas mais ou menos difícil.

Tirei a foto na Gulbenkian. O que eu gosto de lá estar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Reacção

Hoje, finalmente levei a cabo algo que andava a adiar. Não percebo porque demorei tanto tempo a reagir. Nem percebo o porquê da inanição. Fiz, levei a cabo. Fi-lo com leveza, simpatia e diplomacia.
Soube bem!

Nota Mental: Não pensar, não antecipar, agir!

Noite de insónia desconexa

Insónia.
Calma? Não! Acelerada. Sim! Vou num comboio tão rápido para um qualquer lado, que não vislumbro paisagem pela janela. Apenas um esborratado de cores tal é a velocidade.

Sinto-me uma personagem num filme do Woody Allen em fast forward! Introspectivo a cem à hora. Nada faz muito sentido, ou se o faz neste momento escapa-me à inteligência.

Valha-me a tv cabo, com a sua mediocridade repetitiva. Faz-me sentir que o tempo não passa na realidade.

Acho que as outras pessoas não pensam tanto na vida nem analisam tanto as coisas como eu. Acho que são infinitamente mais felizes, porque o são despreocupadas das questões mais profundas da existência. Ou se não o são fingem-no muito bem, ou então são tremendamente hipócritas.

Aquilo que durante tantos anos encarei como vantagem e que achava que me destiguia em relação aos que me rodeiam, a minha percepção e capacidade de análise, volta-se então contra mim da pior maneira, virando-me contra mim próprio.

É tempo de me sabotar e cortar o fio. Desacelerar e viver a vida calmamente e ver nítida a paisagem. É isto que quero. Só tenho de descobrir como o fazer. Como chegar ao Maquinista. E depô-lo!

domingo, 6 de junho de 2010

Ridículo

Não consigo parar. Queria tanto pegar num livro para o ler mas não sou capaz. O resíduo emocional é por demais elevado. Estou sempre em tensão. Se pegar no livro, não passo da primeira página. Assim que ler uma palavra, a minha cabeça dispara em pensamentos, em divagações e não vou a lado nenhum. Nem com o livro nem com a minha cabeça.

Pegar num livro é atestado de solidão. E se estiver acompanhado, sozinho estou na mesma. Só me ocorre rir!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Perdido

Algo está mal comigo. Sinto-me a perder o rumo da minha vida. O controlo do meu percurso.
Ou melhor, já o perdi. Só não sei onde foi, e agora não consigo voltar atrás ao ponto da perda e corrigir o rumo.

Já não tenho a energia para pegar em mim e corrigir-me. Sei que estou mal orientado, mas não consigo alcançar a genica necessária, aquela força de vontade para reagir.
Sinto-me perpetuamente cansado. Aos 30s, parece-me que já vivi toda uma vida de aborrecimento e nada mais me interessa. Parece que a flor da idade já passou por mim e murchou. Como se o tempo que me resta para viver, reagir e fazer de mim outro eu, fosse já tão pouco que não merecesse o esforço.
"Para quê?", interrogo-me eu todo o dia. E vejo a vida a passar-me em frente ao olhar, e não tenho nem a vontade de pegar nela e reagir. Na verdade parece-me que já morri e limito-me a continuar assim, espectador.

Nas noites que guio por aí, para cortar a brisa noctura, acelero ao limite do carro, e penso o que se seria, se algo acontecesse que me deixasse finalmente em paz.

Sou uma alma torturada, é isso! Uma alma torturada.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Interrogação

Sou só eu que não gosto de ficar na minha própria companhia ao som dos meus próprios pensamentos?

domingo, 30 de maio de 2010

...

Hoje ainda não ouvi o som da minha voz.
Não falei com ninguém, ninguém falou comigo.

Acordei surpreendentemente triste.

Obriguei-me a sair de casa. Sem destino. Sem uma razão. Creio ter andado 2 horas de carro. Acelerei, travei, virei, parei, tudo mecanicamente. Como se não estivesse lá. E não era ali que queria ter estado, mas forcei-me a estar. Para ouvir barulhos, ver movimento, para me obrigar a pertecer. Porque se tivesse ficado em casa, senti que estaria a perder algo, não estaria a pertencer.

E agora que regressei, sou a mesma pessoa que saiu de casa. Com o mesmo senso de vazio com que parti. O que vi, não me interessou. Ao que vi, não queria pertencer.

Podia ter parado o carro e misturar-me na confusão. Havia tanto movimento nas ruas. Atravessei Lisboa demoradamente e podia ter parado em tanto outro lugar. Mas não! Para quê?

Como se já tivesse vivido isto tudo, como se já soubesse tudo o que todos tem para dizer, já vi e antevi tudo.

A ânsia continua cá. Uma ânsia de algo que não sei explicar. Como se do que me rodeia estivesse eu farto, e como se eu morresse de saudades de algo que não sei o que é!

Hoje ainda não falei...curiosamente, nenhuma falta fez!

Ecos

No meio da multidão caminhei entregando-me à confusão das caras, das vozes, dos sons, dos cheiros e das luzes.

Havia deixado amigas minhas para trás na baixa, e havia subido ao Bairro Alto, tendo passado pelo Chiado e pelo Camões.
Serpenteei pelas ruas do Bairro, até encontrar a Rua da Rosa. Subi-a a passo rápido, mas a desejar caminhar lentamente. Uma dicotomia estranha.

Apesar de estar rodeado pelas mais variadas formas de vida, ecoava silêncio no meu interior.
No meu íntimo desejava ser um deles. Estar com eles, com todos aqueles a quem o sorriso despreocupado denunciava uma alegria verdadeira ou talvez montada. Partilhar riso e ideias e abarcar o mundo deles com o meu. Desejava que gritassem o meu nome, como que a chamar-me para me contar algo, ou simplesmente dizerem-me que estavam ali, que faziam parte de quem eu era. Era isso que eu queria, fazer parte do mundo de tantos que ali estavam.

Mas nada disto aconteceu. E contudo, nada disto eu queria que acontecesse. Porque ao longe eu achava que nada teríamos em comum. Nenhum deles teria algo em comum comigo.

É isto que não entendo em mim. Um desejo de me integrar, de me sentir parte de algo, de um grupo, de um movimento. Desejo que o telefone toque num rodopio. E no entanto, uma incapacidade louca de seguir esse desejo por talvez achar que a falta de equivalência resultaria sempre em abismo relacional - por culpa minha. Ou então porque a minha incapacidade social para gerar relações interpessoais se revelaria crassa em momentos fulcrais.

Eu não sei lidar com pessoas. Acho!

Sinto-me desconexo. Desadaptado.

Caminhei por entre as caras. Cruzei vidas pela rua acima, e saí dela tão sozinho como quando nela tinha entrado.